Cultura, sociedade, arte e educação num mundo pós-moderno.

Arthur D. Efland

16/03/10  18:07

Importantes questões contemporâneas têm afetado a sociedade, a cultura, a arte e a educação. A passagem do modernismo para o pós-modernismo, o aparecimento de um mercado cultural internacional e a situação do mundo pós-guerra fria, provocam impacto e desafiam os arte educadores a repensar a relação entre as artes visuais e a educação. Os problemas sociais tornam-se relevantes, impulsionado a necessidade de propostas mais dinâmicas que considerem a diversidade de grupos, o desaparecimento dos limites entre as fronteiras das artes eruditas e a cultura popular.

O modernismo criou o mito da arte independente e autoreferente. Neste contexto, a arte era ensinada como algo isolado e sem relação com o mundo social. A estética modernista estabeleceu um conjunto universal de elementos e princípios que eram tomados como modelos no ensino da arte. O conjunto de regras das culturas ocidentais  passaram a ser aceitos como a melhor arte e tudo o que não estivesse de acordo com estes princípios, passou a ser considerado como estranho e de menor valor, favorecendo determinadas culturas e excluindo outras. Assim, o modernismo transformou a arte num “projeto elitista” mediante o qual enfatizou uma separação entre cultura erudita e cultura popular. Este pensamento, apenas um determinado tipo de arte passou a ser considerado como conteúdo digno de estudo acadêmico. Porém a ampla divulgação da cultura popular por meio de marketing pelos meios de informação e comunicação, vem mudando esse cenário, sendo alvo de estudos e preocupação de especialistas em arte, educação e comunicação. Não se trata mais da cultura ocidental impondo-se às demais culturas, mas de "um novo mercado cultural internacional alimentado pelo marketing de massas das mídias e novas tecnologias.

No modernismo, seus defensores consideravam as artes como autônomas e sem relação com o mundo social. Já no pós-modernismo é usada a interpretação de obras de arte para instruir na compreensão e comunicação com os termos de sua sociedade, sob o contexto social e cultura. A linha ente arte erudita e arte popular diminue.

A transformação do mundo em redes de informação e comunicação, e o cenário das forças econômicas e a assimilação dos conhecimentos levam à uma uniformização e a homogeneização: "o mundo está sendo unido por meio de um único mercado cultural internacional e enquanto isso ocorre as pessoas podem perder aspectos de sua identidade cultural tradicional". Efland, pág.174.

Desta desordem, culturas opóem-se à outras culturas, pessoas contra pessoas. Todas estas mudanças dão impulso à crítica cultural pós-moderna dirigida à cultura ocidental, que "estabeleceu padrões morais, políticos e intelectuais para o resto do mundo". Efland

Nascida neste cenário de crise e transformações, uma Pedagogia Crítica mais radical na educação surge defendendo uma igualdade social para diferentes grupos étnicos e raciais.

Além da problemática da diversidade de culturas em conflito, que na educação atual encontra no multiculturalismo um caminho necessário para a democratização, nossa civilização está cada vez mais fortemente impregnada de imagens das mídias e tecnologias. As imagens preenchem nossas vidas a tal ponto que condicionam nossos desejos, percepções e atitudes. A pressão do mercado cultural internacional, que força uma "integração e uniformidade" de diferentes comunidades.

 Referência Bibliográfica:

 - Barbosa, Ana Mae e Guinsburg, J., O Pós-modernismo, São Paulo, Perspectiva, 2005.